A História:
O Carneiro,
animal considerado excepcionalmente prolífico pelos egípcios, simboliza um dos
deuses relacionados com a criação. O deus Khnum, um homem com cabeça de
carneiro com chifres horizontais, é quem modela em seu torno de oleiro, os
corpos e os kas (espírito, alma) dos deuses e, também,
dos homens e mulheres, pois plasma em sua roda todas as crianças ainda por
nascer. Entende-se que a divindade cria o ka das pessoas em seu torno de oleiro
e após ocorrer a fecundação no útero materno, ele entrega sua matéria (corpo) ao seu ka (ambos feitos em seu torno), que ainda está na barriga de sua mãe.
Acredita-se ainda que ele modelou o ovo primordial, do qual saiu a luz solar no
início dos tempos (sol).
Ele é um dos
mais antigos Deuses Egípcios, possuidor de numerosos atributos, considerado
como um dos criadores do universo. Seu culto remonta ao período pré-dinástico
(final do V milênio a 3200 a.C.). Inicialmente era representado apenas na sua
forma animal: um carneiro com chifres horizontais retorcidos. O nome da
divindade já aparece nos vetustos Textos das Pirâmides e surgia frequentemente
como parte dos nomes de pessoas ou faraós como, por exemplo, Khufu, forma
egípcia de Kéops, cujo significado é Khnum
protege-me.
Em egípcio a palavra que designava o ba, ou seja, a alma e o carneiro, o animal sagrado do deus, era a mesma. A divindade era, então, considerada como sendo o ba ou alma de alguns deuses como do deus Rá, por exemplo. Por isso, em sua viagem noturna pelo mundo subterrâneo dos mortos, Rá surgia com a aparência do deus Khnum. Em alguns casos é representado por um homem com quatro cabeças de carneiro que simboliza segundo o egiptólogo Karl H. Burgsh, os quatro elementos, o fogo, o ar, a terra e a água. Também se afirma que tais cabeças referem-se a quatro deuses muito ligados a Khnum: Geb e Shu, representando o poder criador da divindade; Rá, que foi criado a partir do ovo modelado por Khnum e Osíris, que foi ressuscitado pelo deus em Elefantina. Uma terceira hipótese afirma que as quatro cabeças seriam os quatro pontos cardeais.
Em egípcio a palavra que designava o ba, ou seja, a alma e o carneiro, o animal sagrado do deus, era a mesma. A divindade era, então, considerada como sendo o ba ou alma de alguns deuses como do deus Rá, por exemplo. Por isso, em sua viagem noturna pelo mundo subterrâneo dos mortos, Rá surgia com a aparência do deus Khnum. Em alguns casos é representado por um homem com quatro cabeças de carneiro que simboliza segundo o egiptólogo Karl H. Burgsh, os quatro elementos, o fogo, o ar, a terra e a água. Também se afirma que tais cabeças referem-se a quatro deuses muito ligados a Khnum: Geb e Shu, representando o poder criador da divindade; Rá, que foi criado a partir do ovo modelado por Khnum e Osíris, que foi ressuscitado pelo deus em Elefantina. Uma terceira hipótese afirma que as quatro cabeças seriam os quatro pontos cardeais.
Khnum também
foi considerado uma divindade solar e associado ao deus-Sol Rá formando,
juntos, a divindade Khnum-Ra. Nesse caso aparecia representado com um disco solar
e um uraeus na cabeça. Outras formas pelas quais se representava o deus era a
de um homem usando a coroa dupla do faraó; a de um homem com um jarro de água
na cabeça ou a de um homem com um jarro nas mãos, do qual sai água. Nesse
último caso existe uma simbologia mais direta com a inundação do Nilo que,
acreditavam os egípcios, o deus comandava. Desde o Império Antigo que a
mitologia conta que esse Divino Oleiro criava não apenas homens e faraós, mas
também outros deuses. Dependendo do ser a ser criado, ele empregava materiais
diferentes: seres divinos eram feitos com ouro e seus cabelos com lápis-lazúli;
os mortais eram feitos com barro vermelho-pardacento do Nilo.
É muito
interessante observar como essa idéia da criação dos homens por um Divino
Oleiro persistiu ao longo de toda a história da humanidade. Milhares de anos
após a construção das pirâmides, Khnum ainda era adorado pelos gnósticos, uma
seita semi-cristã. A própria Bíblia preserva essa tradição religiosa antiguíssima.
A lenda egípcia da criação do mundo pelo deus Khnum diz, a certa altura:
A lama do Nilo, aquecida ao máximo pelo Sol, fermentou e gerou, sem sementes, as raças de homens e os animais.
A Bíblia, por sua vez, não deixa dúvida sobre a crença no conceito do Divino Oleiro quando afirma no capítulo 2, versículo 7, do Gênesis: Formou então o Senhor Deus o homem, com pó da terra e insuflou em suas narinas um hálito de vida, e deste modo o homem se tornou um ser vivo. No versículo 6 do capítulo 33 do Livro de Jó a idéia reaparece quando Eliú, lembrando aos mais velhos que ele tem o direito de falar na presença deles, afirma: Eis que diante de Deus somos iguais; também do barro fui plasmado. Mais duas referências a esse assunto aparecem no Livro do Profeta Isaías. No capítulo 29, versículo 16, se lê: Que perversidade a vossa! O oleiro é como o barro? Uma obra pode dizer ao seu artífice: "Não sou sua obra!"? Dirá um pote do seu oleiro: "Ele nada sabe!"? e no versículo 7 do capítulo 64 está escrito: No entanto, Senhor, és nosso Pai. Somos o barro, és nosso oleiro; somos todos obras de Tuas mãos. Os autores bíblicos descreveram a criação dentro dos conhecimentos da época, ou seja, baseados em informações transmitidas de geração em geração desde a mais remota antiguidade e embora a assirologia tenha sido estudada amplamente em suas relações com o Velho Testamento, a influência egípcia nesse sentido ainda não foi devidamente considerada.
Seu centro de culto era a cidade de Elefantina, situada na ilha do mesmo nome, junto à primeira catarata do rio Nilo. De lá se originavam as inundações, em uma caverna sagrada que ficava por baixo da ilha e que era a sua moradia. Dali ele controlava a fertilidade no país, enviando metade das águas do rio para o sul e metade para o norte. Um dos velhos deuses cósmicos, Khnum é descrito como:autor das coisas que são, origem das coisas criadas, pai dos pais e mãe das mães e é tido como o senhor da primeira catarata e também como senhor dos peixes.
A
influência desse deus cresceu de forma contínua nos primeiros tempos, mas
diminuiu após a XII dinastia (1991 a.C.), voltando a ganhar forças na XVIII
dinastia (c. de 1550 a.C.). A divindade considerada esposa de Khnum variava de
acordo com a região de culto. Em Elefantina ela era Anqet, representada
por uma mulher usando um adorno de cabeça feito de longas penas e que se
acreditava fosse a responsável pela distribuição de água fresca e potável. Em
Antinoópolis, sua esposa era Heqet, deusa com cabeça de rã, também
associada à criação e ao nascimento, e ambos, marido e mulher, assistiam ao
nascimento das crianças. Em Esna, outro importante centro de culto daquele deus
e onde havia um santuário a ele dedicado da época de Tutmósis III (1479 a 1425
a.C.), sua esposa era Neith, deusa da guerra e da caça. Junto ao templo de
Khnum em Elefantina foram encontrados vários túmulos contendo múmias de
carneiros.
Outra das facetas do Deus Khnum era a de divindade funerária, tendo
sido adorado como o senhor do além-túmulo ou o senhor
do destino. Parece natural que assim fosse por tratar-se de uma divindade
subterrânea que habitava em uma caverna e de lá comandava as águas do sub-solo
e, ainda, porque seu poder de criar vida no mundo dos vivos levava a supor que
podia igualmente criar vida no mundo dos mortos.
Durante o reinado do Faraó Djoser (c. 2630 a 2611 a.C.), da III
dinastia, a cheia insuficiente do rio Nilo durante sete anos causava fome à
população e inquietava o rei. Este, então, enviou um sacerdote com o
objetivo de descobrir as nascentes daquele rio e, sobretudo, a causa da
persistência do seu baixo nível. Aquela era uma época na qual os egípcios
ignoravam tudo acerca do Nilo além da primeira catarata, ou seja, além da ilha
de Elefantina.
Ao voltar de sua viagem, disse o sacerdote ao faraó:
Existe uma cidade no
meio da corrente; o Nilo envolve-a. Chama-se Elefantina. O Nilo oferece a
cheia... Khnum encontra-se ali... com a mão no fecho da porta, e só abre os
dois batentes se lhe apetece.
A referência feita pelo sacerdote à porta fechada é uma imagem que
evoca a garganta que o rio forma estreitando-se antes da cascata. Khnum era o
deus que reinava naquela região e nela os egípcios acreditavam que o rio Nilo
nascia de um mar subterrâneo. Os deuses daquela região tinham importância
especial na medida em que podiam interferir com a inundação, sendo o deus
carneiro considerado o responsável pelo controle da cheia anual.
Em sonho, Khnum anunciou ao rei que a falta de inundação era devido à
negligência para com os deuses da região da catarata. O faraó, então, por
decreto, restabeleceu os territórios e oferendas aos deuses, garantindo dessa
forma que a enchente chegasse a partir daquele momento, infalivelmente, até à
altura necessária. De fato, no ano seguinte o Nilo subiu na data prevista e a
um nível elevado e a população se rejubilou com a idéia de que a ira do deus se
aplacara.
Três quilômetros ao sul de Elefantina há uma ilha denominada Sehel na
qual foram encontradas diversas estelas. É uma delas, conhecida como Estela
da Fome ou Estela da Carestia, do período de Ptolomeu V
Epifânio (205 a 180 a.C.), que essa lenda aparece. Era uma época de grandes
sublevações civis e políticas. A região que tinha sido a sede original da
adoração a Khnum passara a ser invadida pelo culto à deusa Ísis. No oitavo
ano do reinado de Ptolomeu V a inundação do Nilo ultrapassou os limites
razoáveis, reduzindo por algum tempo a terra cultivável e gerando fome. O clero
do deus Khnum administrava os assuntos referentes às cheias nilóticas.
Acredita-se que, por volta do ano 190 a.C., os sacerdotes pesquisaram e
encontraram, na biblioteca de Hermópolis, velhos textos que permitiam
demonstrar como as enchentes anormais do Nilo haviam sido contornadas no passado.
Os documentos, datados do tempo do faraó Djoser, falavam de generosas oferendas
a Khnum visando acabar com a fome. Assim os sacerdotes puderam relembrar a
Ptolomeu V que seu culto já acumulava mais de 2500 anos de experiência em como
enfrentar com eficácia as anomalias do rio. Provaram, ainda, que o território
concedido a Ísis fora dedicado a Khnum pelo próprio faraó Djoser. Produziram,
então, uma estela que servia de marco territorial, ao mesmo tempo em que
demonstrava a prosperidade trazida ao Egito pela administração cuidadosa, ao
longo dos séculos, de seu culto ao deus que controlava as cheias. Bem
assessorado pelos sacerdotes, Ptolomeu V executou obras que desviaram o excesso
das águas do Nilo para canais apropriados, o que gerou uma colheita abundante
e, agradecido, ele baixou um decreto concedendo diversas vantagens aos templos
do deus Khnum.
Outro episódio ligado à mitologia do deus Khnum refere-se ao nascimento
da rainha Hatshepsut, que se proclamou faraó no decorrer da XVIII dinastia. Em
seu templo mortuário de Deir el-Bahari (c. de 1490 a.C.) os relevos exaltam o
nascimento divino da rainha e justificam o seu direito ao trono. Eles contam
que o grande deus Amon-Rá desejava ser o pai do próximo soberano do
Egito. Tomando então a forma do faraó reinante, Tutmósis I, o deus seduziu sua
esposa principal, Aahmes. Depois revelou quem era e disse à rainha:
Hatshepsut será o
nome da filha que coloquei em teu corpo. Ela exercerá o poder real sobre toda a
terra do Egito. Dar-lhe-ei minha fama, minha autoridade e minha coroa e ela
governará as Duas Terras sob minha proteção.
Ao deixar a Rainha, Amon-Rá foi diretamente ver Khnum e lhe disse:
Trate agora de fazer
a futura governante do Egito. Faça-a e ao seu espírito do meu próprio corpo.
Dê-lhe uma forma melhor que a dos deuses, porque lhe dei toda a saúde, riqueza
e felicidade para viver para sempre como o deus Rá.
Khnum respondeu-lhe:
Vou tratar disso
imediatamente. Ela parecerá mais esplêndida do que os próprios deuses quando
aparecer em glória como a soberana do Egito.
No momento que representa esse ato de criação da menina, Khnum
aparece sentado diante de uma mesa baixa e redonda que é a sua roda de oleiro.
No alto da mesa, estão duas diminutas figuras, ambas aparentemente masculinas;
uma deverá ser Hatshepsut e a outra, seu espírito. Em frente, ajoelha-se a
deusa Heqet, uma divindade de cabeça de rã que transmite vida às figuras.
Enquanto trabalha, Khnum profere um encantamento apropriado:
Eu te crio do corpo
de Amon, o maior de Karnak. Vou fazer-te melhor que os deuses. Dou-te toda a
saúde, riqueza, força e felicidade. Dou-te todas as terras, todos os povos,
todas as oferendas e todos os víveres. Far-te-ei aparecer em glória sobre o
trono de Hórus, como o deus-Sol Rá. Farei de ti o maior dos seres vivos
quando brilhares como a soberana do Alto e Baixo Egito, como teu pai Amon-Rá
ordenou.
Ao que parece assim foi feito, pois Hatshepsut esteve entre os maiores
soberanos do Egito.
Esta foi um pouco da história sobre o Deus Khnum, que não é lembrado
por muitos, mas tem, se não a maior, uma das maiores importâncias na criação
humana e divina, por isso, em suas orações agradeça sua vida a ele também, e quando
tu pretender constituir família, peça para que ele tome conta pessoalmente de
seus filhos.
Oração ao Deus Khnum:
Salve Rá, Salve Osiris, Salve Toth, Salve Khnum
Salve ó nosso grande Deus Khnum, o oleiro da raça humana e de todos os Deuses, saudamos a ti e lhe pedimos guarnição com a magia dos quatro elementos, nos conduza com a sua sabedoria para que possamos sempre ir à busca de luz e consciência, nos afastando os espíritos sem luz e os conduzindo para ela ou a seus devidos lugares.
Conceda-nos luz através do fogo, força através da terra,
sabedoria através da água e saúde através do ar, sabendo que apenas com os
quatro elementos podemos chegar ao equilíbrio.
Nos de sabedoria através da água e de suas magias para
que possamos crescer espiritualmente e ser cada vez mais evoluídos tornando o
peso de nossos corações o mesmo da pena de Maat.
Faça-nos sempre corpos saudáveis e para nossos filhos
também, para que quando estivermos preparados para a reencarnação possamos
purificar cada vez mais nossa linhagem em busca de uma vida melhor com pessoas
mais espiritualizadas.
Khnum nos auxilie e nos guie a saída do subterrâneo sempre em busca de luz do mesmo modo como tu fazes com as águas.
KHUFU
(Khnum Protege-me)
Salve Rá, Salve Khnum.
(Khnum Protege-me)
Salve Rá, Salve Khnum.
Aonde fica o templo matriz no Brasil e internacional? Quem é o Patriarca ou Matriarca (sacerdotes) e qual o nome dessa religião?
ResponderExcluirOlá Amigo Togenã, obrigado pela pergunta!
ExcluirO templo Principal ao Deus Khnum fica em Elefantina no Egito, e cada Deus tem o seu Templo, em cidades diferentes ou até mesmo dividem um templo. Isso não é uma religião, é um modo de vida, que infelizmente no Brasil, não é muito conhecido e praticado, por ser uma religião Politeísta e predominar o cristianismo, por isso, criamos o Blog, para mostrar para as pessoas que podemos ser seres tão desenvolvidos quanto os egípcios, que foram considerados um dos seres mais evoluidos na terra. Nosso intúito, é mostrar que não é uma religião, e que não devemos separar a nossa rotina, nossas obrigações dos deuses, que tudo anda junto, pois a maioria das pessoas tem um Deus vivendo em você, acreditamos nisso a partir da reencarnação e que os deuses egípcios não eram pessoas imortais para serem adoradas, mas sim ideais em qualidades para serem honradas e praticadas.
GRATIDÃO GOSTEI
ResponderExcluirGRATIDÃO GOSTEI
ResponderExcluirNunca tinha ouvido s esse Deus, gostei muito. Parabéns pq tem bastante informação
ResponderExcluirComo orar ao Deus
ResponderExcluirKhonsu e ao Deus Khepri ?